O mercado brasileiro de publicação de livros ainda é pouco explorado no quesito variedade. Se um público-alvo tem uma identificação direta com algum autor, muitas editoras costumam apostar massivamente em outras várias publicações, algo que acontece, por exemplo, com Agatha Christie. Não retirando toda importância que a autora exerce à literatura, mas, a descoberta de novas histórias, é um ponto negativo para nós leitores.
A Morte do Adivinho estreou uma nova coleção de publicações da Editora HarperCollins no Brasil, cujo objetivo é apresentar ao público, autores (as) que não são lançados com certa frequência ou até mesmo inéditos, através do Clube do Crime. Obviamente não é preciso explicar que tipos de histórias essa coleção pretende abranger.
Como primeiro lançamento, a obra de Rudolph Fisher, apresenta sem grande alarde, os próximos passos do projeto. Especificamente sobre A Morte do Adivinho, ao longo de suas 304 páginas, o leitor se depara com uma narrativa ágil, reforçando o talento do autor em conectar personagens, em meio a acontecimentos criminosos.
Dois personagens são importantes para entendermos todo o contexto do livro: N’Gana Frimbo (a vítima) e Perry Dart (detetive). Ambos são apresentados como reforços em favor da construção da narrativa que busca investigar, quem assassinou N’Gana Frimbo. Diferente de livros do gênero que moldam sua trama em torno de quem será o assassino, A Morte do Adivinho, caminha por linhas diferentes.
O resgate realizado, ao apresentar Rudolph Fisher aos leitores brasileiros, é um dos pontos positivos da obra. Enquanto narrador, o autor apresenta suas falhas, entregando com A Morte do Adivinho, uma história cheia de clichês da época, o que torna a construção dos seus personagens e enredo previsível.
★★★★
A Morte do Adivinho, de Rudolph Fisher, foi publicado no Brasil em 2023 pela Editora HarperCollins, com tradução de João Souza.
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