Se Esse Rosto Fosse Meu, o primeiro romance assinado por Frances Cha chegou ao Brasil, seguindo uma tendência natural, onde as Editoras, estão em buscas de obras, que de alguma forma estejam relacionadas com a cultura sul-coreana. O principal responsável por essa mudança de espaço é, de fato, a globalização de sua música local.
Sendo meu primeiro contato com uma obra, que tem camadas profundas, com a cultura sul-coreana e de certo modo com os países asiáticos, foi uma experiência promissora. O livro, apesar de curto, desenvolve de forma consistente a realidade das mulheres coreanas.
Kyuri, Miho, Ara e Wonna, são retratos de personalidades dificilmente desconhecidas de uma parte expressiva de leitores. Com exceção daqueles que não tiveram nenhum acesso ao modus operandi da cultura coreana, a história de cada uma dessas mulheres, pode causar espanto.
Com conhecimento prévio da cultura, o livro Se Esse Rosto Fosse Meu, pode ser considerado uma leitura assustadora, ainda que romanceado, fala sobre as entranhas da Seul, nada convidativa. O alto padrão de cobrança, que cada uma das personagens são colocadas ou se colocam, é assustador.
Frances Cha tem com Se Esse Rosto Fosse Meu uma estreia certeira. Conhecedora dos pormenores da Coreia do Sul, a autora não poupa o leitor de alguns choques culturais. Apesar do livro ser focado e funcionar para um grupo de leitores mais inclinado ao romance, a base narrativa sobre os diversos aspectos conservadores ou não conservadores do país, consegue furar a bolha.
No final da leitura, Se Esse Rosto Fosse Meu, entrega ao leitor uma boa reflexão sobre o posicionamento da sociedade coreana em relação às mulheres, tirando todo o encanto por trás do que é geralmente revelado ao mundo.
★★★
Se Esse Rosto Fosse Meu, de Frances Cha, foi publicado no Brasil em 2023 pela Editora DarkSide, com tradução de Aline Naomi.
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