Octavia Butler é dona de um legado impressionante no mundo da literatura. A escritora afro-americana é considerada um dos principais nomes da ficção científica. Mostrando suas aptidões na escrita desde muito jovem, foi na ficção científica feminista e no afrofuturismo, que suas obras encontraram o espaço e reconhecimento merecido.
Nasceu em 22 de junho de 1947 em Pasadena, na Califórnia. De origem humilde, é filha de uma empregada doméstica (Octavia Margaret Guy) e um engraxate (Laurice James Butler). Octavia Butler ao mesmo tempo, enfrentou algumas dificuldades ao longo de sua juventude. O período histórico em que sua infância se desenvolve, a segregação racial nos Estados Unidos, bem como sua supremacia branca, eram um dos assuntos traumáticos, que ela precisou lidar.
Aos 12 anos, veio o primeiro despertar para Octavia Butler, do que seria um vislumbre sobre o seu futuro, após ganhar uma máquina de escrever de seus pais. Em meados de 1954, chegou aos cinemas ‘A Garota Diabólica de Marte’, com roteiro de James Eastwood e John C. Maher e direção de David MacDonald. Ao assistir o longa nos cinemas, no auge dos seus 12 anos, Octavia Butler chega a conclusão que poderia tornar aquela narrativa melhor. Um rascunho do que viria a se tornar um dos eixos principais de sua série de livros O Padronista, foi escrito ainda na infância.
Ao longo de sua vida, Octavia Butler presenciou de forma ativa, o preconceito da sociedade com pessoas negras. O seu contato e conhecimento de causa, se tornaram temas presentes e fortemente discutidos em suas obras. Sua relevância como autora de ficção, foi responsável por abrir portar para outros autores negros, principalmente na ficção especulativa.
O início de sua carreira, prospectada em vender algumas de suas histórias para antologias de projetos que foram trazendo a notoriedade que sua escrita sempre mereceu. Enquanto escrevia a série O Padronista, decidiu se dedicar para aquele que se tornaria sua obra mais conhecida: Kindred, lançado originalmente em 1979.
Kindred: Laços de Sangue foi lançado no Brasil pela Editora Morro Branco, assim como muitas de suas obras. A ficção científica com ares de romance histórico, entrega o que se tornaria a assinatura de Octavia Butler, enquanto escritora: hierarquias excludentes das minorias, o heroísmo negro, o afrofuturismo, a necessidade da sociedade tratar com igualdade às pessoas e o assunto ao qual ele se dedicou em todas às suas obras: raça e gênero.
Detentora de prêmios, como Nebula e Hugo, Octavia Butler, fez de seu talento com a escrita sua voz e contribuição para gerações futuras. A autora, que morreu em 2006 aos 58 anos, ganhou destaque no Brasil em 2017, quando suas obras passaram a ser traduzidas pela Editora Morro Branco. Suas obras são caracterizadas por suas discussões que não envelheceram ao longo dos anos e se tornaram obsoletas, pelo contrário, discutem temas atemporais.
O que se tem publicado de Octavia Butler no Brasil?
Desde outubro de 2017, as obras de Octavia Butler têm chegado ao Brasil, através da Editora Morro Branco. Neste ano, o público brasileiro, ganhou uma versão nacional, daquele que é considerado o seu principal trabalho: Kindred: Laços de Sangue.
A pentalogia O Padronista (Patternist), originalmente publicada entre 1976 e 1984 conta com cinco livros: Semente Originária (Patternmaster), Elos da Mente (Mind of My Mind) e Arca de Clay (Clay’s Ark), já foram lançados no Brasil. Survivor (1978) e Wild Seed (1980), permanecem inéditos.
A trilogia Xenogênese foi totalmente publicada no Brasil. Os livros Despertar (Dawn), Ritos de Passagem (Adulthood Rites) e Imago (Imago), foram lançados entre 2018 e 2021. Originalmente a obra foi publicada entre 1987 e 1989.
A duologia Semente da Terra, orginalmente lançada entre 1995 e 1998, chegou ao Brasil entre 2018 e 2019. A Parábola do Semeador (Parable of the Sower) e A Parábola dos Talentos (Parable of the Talent), juntamente com Kindred: Laços de Sangue, um dos livros mais conhecidos de Octavia Butler.
O livro Filhos de Sangue e Outras Histórias (Bloodchild and Other Stories) foi lançado em 2020 pela Editora Morro Branco. Como parte do Projeto Cápsula, o conto Sons da Fala foi disponibilizado gratuitamente.
Em 2019, a antologia Mundos apocalípticos: Histórias do Fim dos Tempos, lançada no Brasil pela Editora Planeta Minotauro, conta com um conto assinado pela autora.
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