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A Fortaleza Móvel & O Mundo Subterrâneo, de Enrique Alcatena e Ricardo Barreiro

Desde que começou seus trabalhos como Editora, a Pipoca e Nanquim talvez seja uma das mais empenhadas pela disseminação do gênero espada e feitiçaria no Brasil. Não à toa, o seu primeiro título foi Espadas & Bruxas de Esteban Maroto, um excelente título, não apenas por sua arte e roteiro impecável, mas por toda sua força histórica e sua contribuição para o gênero. A Fortaleza Móvel & O Mundo Subterrâneo de certa forma seguem expandindo o catálogo da Editora, neste mesmo aspecto. Dificilmente a nova geração de leitores, poderiam ter acesso a estes títulos, uma vez que hoje em dia, outras temáticas ganham os holofotes, o que não é problema algum.

Com A Fortaleza Móvel & O Mundo Subterrâneo, com roteiro de Ricardo Barreiro e arte de Enrique Alcatena, essa incursão da Editora por manter seus leitores e fãs do gênero espada e feitiçaria, é mais uma vez atendida. Lançado em meados de 2020 no Brasil, a edição conta com duas histórias: A Fortaleza Móvel e O Mundo Subterrâneo. Por incrível que pareça a distribuição dessas histórias, em diversos aspectos são lineares, seja em desenvolvimento de personagens, na arte e até mesmo no número de páginas.

Apresentados ao personagem central do quadrinho, Bass de Avregaut, A Fortaleza Móvel & O Mundo Subterrâneo se desenvolvem sob um aspecto interessante. A primeira história, A Fortaleza Móvel, apesar de se confirmar como uma demonstração da equipe do quadrinho em estabelecer conexões com outros gêneros, é fiel aos atributos básicos, para se fazer uma trama de espada e feitiçaria com qualidade. Publicada nos anos 80, a primeira história assume uma impressão futurística, o que emprega ao protagonista, algumas boas opções de resoluções, enquanto protagonista e principalmente por sua interação com outros personagens.

A história O Mundo Subterrâneo, que encerra o encaderno, segue a mesma disposição, colocando Bass de Avregaut como o protagonista que precisa ser, porém aqui, suas decisões são menos objetivas. As interações dos personagens com toda a narrativa do quadrinho é um ponto alto e positivo. O que pode ser considerado um resgate de publicação no Brasil, a facilidade e objetividade que todos os personagens ganham nesta segunda trama é sensacional. O que chama atenção é que nas entrelinhas e de certa visionária, o quadrinho trata de temas que são relevantes, até hoje, obviamente dentro um de contexto da ficção.

Quadrinhos como A Fortaleza Móvel & O Mundo Subterrâneo, eles podem ir muito além de uma boa execução de roteiro, análise quadro a quadro e apreciação de uma boa arte. Sem dúvidas alguma, ele se encaixaria em todos esses aspectos, que fazem brilhar os olhos de todo leitor. O trabalho realizado por Ricardo Barreiro e Enrique Alcatena, é de total sintonia. O roteiro não se perde em seus diálogos e com a execução da trama principal, os argumentos são devidamente esmiuçados em cada página. A arte de Enrique Alcatena fala por si e conversa com toda a mensagem principal da publicação. É sem dúvida alguma, um grande resgate.

★★★★
A Fortaleza Móvel & O Mundo Subterrâneo, de Enrique Alcatena e Ricardo Barreiro, conta com 140 páginas e foi lançado no Brasil em 2020 pela Editora Pipoca e Nanquim, com tradução de Daniel Lopes.

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