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Arte e Medo: Observações sobre os desafios (e recompensas) de fazer arte, de David Bayles e Ted Orland

Hoje em dia, o conceito do que é arte, pode ganhar definições que carregam uma opinião e o momento em que este projeto possa estar envolvido. A arte, desde sua concepção, é uma forma de transgressão, principalmente às visões que deterioram o mundo. Por isso, é tão comum que grupos específicos, direcionam na arte o que cada um gostaria de ver. Apesar de não serem sinônimos, Arte e Medo sempre caminharam juntos, a coexistência de um, em função do outro, é notório.

David Bayles e Ted Orland, escrevem juntos o livro Arte e Medo: observações sobre os desafios (e recompensas) de fazer arte. A intenção dos autores, já pode ser sentida através do título do livro, fugindo do comum hábito, em resumir seu título em uma frase, bastante impactante. A conversa ao longo de pouco mais de 120 páginas, é uma conversa franca, entre quem está diariamente lidando com o processo artístico diretamente, com alguém que apenas consome, seja de forma intencional ou não.

Arte e Medo: observações sobre os desafios (e recompensas) de fazer arte, não é manual sobre como se preparar para o mundo artístico, em suas diversas definições. O livro flerta com o dia-a-dia do artista, incluindo o nascimento de uma ideia até a transformação no projeto final. Todo esse percurso, vai muito além dos caminhos tradicionais conquistados por meio de formação técnica, mas, por assuntos dificilmente tratados numa graduação.

Por isso, intencionalmente ou não, David Bayles e Ted Orland, por meio de uma linguagem acessível, aborda temas, além da arte no livro. O processo criativo pode se mostrar desafiador e ainda que alguns artistas conquistem a atenção e respeito do público, as nuances por trás de tudo, é pouco conhecida de quem se propõe a acompanhar as manifestações artísticas.

O desenvolvimento de Arte e Medo: observações sobre os desafios (e recompensas) de fazer arte, acontece de forma acessível para que um público amplo possa compreender, o que pode ser considerado um passo-a-passo sobre o processo criativo. Longe de entregar um formato, as experiências pessoais dos autores e por estarem conectados com outras pessoas que passam pelos mesmos dilemas, tornam o livro assertivo.

Por ser co-escrito por Bayles e Orland, Arte e Medo: observações sobre os desafios (e recompensas) de fazer arte, entrega ao leitor visões distintas sobre diversos pontos retratados pelos autores. Essa é uma das grandes forças que, no final das contas, a obra se dedica a pontuar. Abrangendo experiências diferentes, é possível chegar ao consenso sobre o processo criativo. E o que os autores estabelecem por meio de suas experiências pessoais e como conhecimento de causa, é essa ambiguidade que coloca a arte em discussões diversas.

A clareza com que a Arte e o Medo são retratadas no livro, o colocam fora da caixinha, entre ser uma narrativa, que vai falar com um público específico. É interessante como os autores abordam as trivialidades do dia-a-dia como forma de expressão artística e como isso é vital no processo, seja com intenções profissionais ou para o seu próprio conteúdo. Longe de ser um manual e com uma linguagem que conversa com o público leitor, em geral, existe um objetivo intrínseco em desmistificar a temática.

Arte e Medo: observações sobre os desafios (e recompensas) de fazer arte, de David Bayles e Ted Orland é um livro de introdução e posicionamento certeiro, sobre as nuances e os sentimentos envolvidos quando se faz arte. O medo, assim como toda profissão, faz parte do processo. O que a obra ensina e trata é como podemos trabalhar todo o processo, sem esquecer que as etapas que levam ao resultado, não devem ser ignoradas ou romantizadas. Com uma linguagem acessível, mesmo quando o assunto é Arte, os autores conseguem quebrar as barreiras, criando uma identidade, com que faz, quer fazer ou simplesmente aprecia o mundo da arte.

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Arte e Medo: Observações sobre os desafios (e recompensas) de fazer arte, de David Bayles e Ted Orland, conta com 128 páginas e foi lançado no Brasil em 2024 pela Editora Seiva, com tradução de Daniel Lameira.

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